Classe produtiva almeja a elevação do Rio Grande do Norte, a partir de Mossoró, à condição de hub tecnológico de produtos e serviços petrolífero do Brasil
Tornar a região de Mossoró uma referência em produção e
tecnologia de bens e serviços direcionados para a cadeia produtiva de petróleo
pelo know-howna área de produção e exploração terrestre, estrutura já instalada
para atender ao setor e, principalmente, posição geográfica estratégica em
relação aos demais polos produtores no Nordeste, Sudeste e Norte. A ideia de criação
de um hub tecnológico do petróleo na região, como uma espécie de parque
tecnológico, tem ganhado força entre a classe empresarial da cidade depois da
redução do ritmo da atividade com os desinvestimentos da Petrobras nos últimos
anos
A ideia faz muito sentido, já que o Rio Grande do Norte está
dentro da margem equatorial, uma faixa no Atlântico estimada em um milhão de
quilômetros quadrados considerada a nova fronteira de exploração de petróleo e
gás em águas rasas do Brasil e que vai do litoral do Amapá ao Rio Grande do
Norte.
Nessa região, sem contar com o RN, já existem 44 blocos
operados por 13 companhias, incluindo Petrobras e Shell, e que precisam de
serviços de manutenção e fornecimento de produtos, incluindo a indústria de gás
natural do Maranhão, o maior produtor em terra. Do outro lado, na faixa leste,
Mossoró atenderia aos blocos do Nordeste, sobretudo o recôncavo baiano, e o
Sudeste, na região da Bacia de Campos, fazendo o elo entre os dois extremos
Expertise
E não é apenas na
geografia que o RN se destaca, mas também na tecnologia. Mossoró tem duas das
maiores companhias globais referência em serviços nessa área, a Schlumberger e
a Halliburton, que oferecem serviços especializados de alta tecnologia para as
operadoras petrolíferas, como perfilagem, canhoneio e testes de formação a
poços revestidos. Tem ainda um centro avançado de pesquisas, o Instituto Senai de
Tecnologia Petróleo e Gás (IST), sem mencionar o Centro de Tecnologia do Gás
Natural (CTGás), que fica localizado em Natal.
Embora a especulação não tenha sido confirmada pela
companhia, segundo os empresários, a Shell já teria interesse em montar no Rio
Grande do Norte uma unidade de tancagem para adquirir o óleo obtido pelas
operadoras independentes e refinar fora do estado. Caso a informação se
confirme, a região precisará de uma estrutura portuária para escoar tanto o
petróleo, quanto equipamentos. Ou correrá o risco de ver esse material sair
pelo Porto de Pecém, terminal portuário no estado Ceará. O RN até já tem em Guamaré
uma unidade de bombeio em alto mar, em que navios petroleiros atracam e são
abastecidos, mas tal estrutura é de propriedade da Petrobras.
Viabilidade O presidente da Redepetro-RN, Gutemberg Dias,
também destaca a viabilidade do hubporque a cidade está a 1.800 quilômetros de
qualquer área produtora de petróleo em terra, o que favorece a logística. “As
empresas, que fabricam bombas ou materiais para sondagem, operando a partir da
cidade conseguem atender a todo Brasil. Se efetivamente a cidade se voltar a
ser esse hub de equipamentos, produtos e materiais, teríamos como atender o
mercado brasileiro com muita tranquilidade”. Segundo ele, a transformação visa
atrair empresas que consumam e forneçam bens nessa cadeia, mas o governo,
prefeituras do Oeste e classe política precisa se unir em busca desse objetivo.
“Nós, associações de classes, estamos imbuídos nesse projeto porque essa
atividade traz desenvolvimento para a região e todo o estado”, conclui.
Mossoró, bem como este estado, preparam-se para o atendimento
às demandas do setor de petróleo e gás. Mossoró detém um pool de empresas de
grande expertise técnica, mão de obra altamente qualificada, boa parte dos
operadores têm bases instaladas na cidade, o Instituto Senai de Tecnologia para
Petróleo e Gás, universidades, e o CTGAS é referência para o atendimento às
demandas do setor. Não podemos esquecer que grande parte da produção de
petróleo e gás em terra, no Brasil, é obtida na região de Mossoró, como por
exemplo, o Canto do Amaro.
FONTE – SEBRAE
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