O RN detém cerca de um terço das reservas brasileiras de
petróleo e gás natural em terra com aproximadamente 300 milhões de barris de
óleo equivalente. A retomada da atividade é decisiva para a economia potiguar,
já que o setor responde por 13% do PIB do RN
O estado vivenciou a descoberta, a abundância, o apogeu e
também a desaceleração de uma atividade, que, mais do que nunca, busca
forçosamente se erguer, para o bem da economia do Rio Grande do Norte. A
abertura do mercado para novas companhias projeta novas perspectivas, um leque
de possibilidade de remodelagem de negócios e dá fôlego aos empreendedores que
já estão, ou almejam entrar, nesse setor.
Não há informações precisas. Estima-se que a redução dos
investimentos da Petrobras tenha provocado impacto negativo de 13 mil postos de
trabalho no RN. De acordo com dados da Associação Comercial e Industrial de
Mossoró (ACIM), o comércio de municípios da região registrou uma retração
gradativa que já ultrapassa os 30% em função da desaceleração da atividade
O processo de desinvestimento da Petrobras trouxe uma ressaca
para a cidade e região em termos de emprego e investimentos. E o comércio nos
últimos seis anos sentiu esse abalo, uma vez que a companhia abraçou toda a cadeia
produtiva, que é composta por uma série de empresas prestadoras de serviço e um
pessoal qualificado especialmente para essas empresas”, explica o presidente da
ACIM, José Carlos Matos.
Recuo É indiscutível que a produção caiu e atualmente chega a
46 mil barris de óleo equivalente por dia (boed), mas esse volume já chegou a
atingir o pico de 112 mil boed. Isso se explica pelo número de poços em
desenvolvimento, que teve uma brusca redução, passando de 308, em 2015, para
apenas 37 no ano passado. Os exploratórios acompanharam essa curva e decaíram
de 37 para nenhum nos respectivos anos. As prospecções por novas áreas também foram
minando. Enquanto se notificava entre 30 e 20 novas descobertas em meados de
2009 e 2012, a quantidade despencou a ponto de se notificar apenas uma nova
área no ano passado.
Sobre os motivos para os desinvestimentos da petroleira na
atividade terrestre, a Petrobras informou via assessoria de imprensa que “todos
os campos que já passaram pelo pico de produção são considerados maduros, e
apresentam declínio natural da produção. Nos últimos anos, alguns fatores
contribuíram para acentuar esse declínio, dentre eles, a redução na injeção de
vapor em virtude da crise hídrica no RN. Esse vapor é fundamental para se
extrair o petróleo pesado que compõe parte das jazidas do estado”.
Entretanto, segundo estudo da FGV Energia, a falta de
investimentos no onshore se explica pela opção brasileira de exploração em
águas profundas e ultra profundas a partir dos anos 90. “Após 20 anos de
produção, em média, grande parte dos hidrocarbonetos permanece nos
reservatórios de um campo, mesmo após o uso de métodos de recuperação
secundários e terciários”, aponta o estudo
E são justamente esses campos que são alvos de operadoras
independentes e pequenas companhias, apontadas como capazes de retomar o
potencial da atividade petrolífera no RN e aquecer toda a cadeia produtiva com
a aquisição de campos com poços marginais.
Desde o primeiro jorro de petróleo na cidade de Mossoró até a
consolidação do maior campo produtor terrestre do Brasil, o Campo do Canto do
Amaro, muita coisa mudou na atividade de exploração e produção de petróleo em
terra no Rio Grande do Norte, sobretudo na região Oeste, onde estão
concentrados os principais campos terrestres da bacia potiguar
O Brasil possui reservas de pouco mais de 1 bilhão de barris
de óleo equivalente em terra, das quais cerca de 300 milhões estão no Rio
Grande do Norte. No caso do gás natural, as reservas comprovadas chegam a 4
bilhões de metros cúbicos. No entanto, nos últimos quatro anos, a indústria
petrolífera do estado e a sua cadeia de valor vêm atravessando uma fase
turbulenta, notadamente em função dos desinvestimentos da Petrobras nos ativos
terrestres. Com isso, na região de Mossoró, o desemprego subiu, empresas
faliram ou mudaram de ramo e o estado passou a arrecadar menos de um setor, que
representa 13% do Produto Interno Bruto (PIB) potiguar
O estado vivenciou a descoberta, a abundância, o apogeu e
também a desaceleração de uma atividade, que, mais do que nunca, busca
forçosamente se erguer, para o bem da economia do Rio Grande do Norte. A
abertura do mercado para novas companhias projeta novas perspectivas, um leque
de possibilidade de remodelagem de negócios e dá fôlego aos empreendedores que
já estão, ou almejam entrar, nesse setor.
FONTE SEBRAERN